2 de nov. de 2015

[Quote]: DAEDM, Cap.7

— Johnny, por que você usou Ecstasy?

Ele ainda tinha os seus olhos fixos nos meus, quando respondeu:

 Eu nunca dou pra trás num desafio! Tente me compreender.  disse em tom entristecido.

Percebi a responsabilidade que ele carregava ao ser intitulado como o Rei dos Pegas. Entristeci ao me dar conta que ele agia dessa forma por status.

 Foi burrice, eu sei!  falou ainda com os seus olhos fixos nos meus.

 Espero que você não cometa essa burrice de novo.  supliquei.

Ele desvencilhou o seu olhar, ficando cabisbaixo, num constrangimento visível. Foi quando, segundos depois, envolveu-me num abraço. Eu me sentia como se já o conhecesse por toda uma vida.

 Johnny, por que você faz questão de esconder este seu lado romântico?  sussurrei, com os lábios em seu peito.

 Eu nunca escondi nada, Ana! Apenas não tinha para quem mostrar. Foi quando apareceu você e acendeu em mim tudo o que sempre sonhei ser.  revelou um outro Johnny que eu desconhecia.

 Mas, e a garota loira que você beijou horas atrás, aquela que sempre anda com vocês?

 Em primeiro lugar não fui eu que a beijei... Em segundo lugar, ela é apenas uma amiga.  disse sem vacilar.

 Nota-se a amizade colorida que vocês têm...  bufei.

Ele ergueu a minha cabeça e perguntou:

 Você está com ciúmes, anjo?

Continuei em silêncio. Não tive coragem de dizer que sentia ciúmes de qualquer garota que se aproximasse dele, e ainda mais daquela com a qual ele já tivesse se envolvido.

 Sabe, anjo, sou filho único, perdi o meu pai aos onze anos, e desde então somos só eu e minha mãe. Ela é tudo pra mim! Quanto à garota loira, ela se chama Victória e sim, já tivemos um envolvimento. Mas isso foi no passado. Porém, hoje, não temos mais nada. O meu coração pertence a você.  tocou meu rosto com carinho.

Fiquei comovida e feliz com sua declaração. Ficamos em silêncio por alguns segundos, quando, de repente, fiquei com vontade de questioná-lo sobre outro assunto preocupante:

 Você não tem medo de morrer em um racha?

 Ana, às vezes sinto como se minha vida fosse acabar a qualquer instante, e por isso, não me privo de certos prazeres. É como se eu já soubesse que meus minutos estão contados. Aliás, não vou negar que gosto de sentir a adrenalina que os rachas me proporcionam. É mais forte do que eu!  revelou.

Fiquei por um longo momento fitando os seus lindos olhos azuis, e notei o seu desconforto perante essa questão.

 Você ainda tem muito chão pela frente, Johnny. Mas acredito que deixando de cometer certas loucuras, sua jornada será ainda maior.  disse, tocando o seu rosto.

 Ana, você é o motivo para que eu não faça mais bobeiras.  tocou os meus lábios com o seu polegar.

Um intenso arrepio percorreu o meu corpo. Era como se ele acionasse algo adormecido e que eu desconhecia dentro de mim. Engoli em seco meu nervosismo, por estar de forma tão íntima, ao seu lado, na cama.

 Anjo, eu não posso adiar o amor para o outro século... Você compreende?  fez a pergunta e me deixou confusa.

(Livro: Dezesseis - A Estrada da Morte, Cap.7)

Inspirado na canção “Dezesseis”  da banda brasileira Legião Urbana  este é um enredo de amor recheado com muitas aventuras.

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