29 de fev. de 2016

[Falando em]: O Príncipe dos Canalhas — de Loretta Chase

Há tempos eu ansiava ler essa obra. E, posso dizer, eu me enveredei num texto divinamente escrito, de encher os olhos e que me fez rir horrores. Aliás, eu comprei este livro online, num preço super em conta e iniciei a leitura no mesmo dia que chegou  e sendo o enredo tão encantador e entorpecente, finalizei a leitura em apenas dois dias. S2 Agora confira a sinopse e resenha de "O Príncipe dos Canalhas", obra de Loretta Chase, uma publicação da editora Arqueiro.


Sinopse: Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent... Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu. Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade  muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho. Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.


"Porque até o pior dos canalhas pode tornar-se encantador..."





Envolvente! 
Divertido! 
Sensacional!


Sebastian Ballister, mais conhecido como Lord Dain ou Belzebu, é um homem rude e que não leva as mulheres a sério, pois desde a infância passou por um mal bocado. Aos 8 anos foi largado pela mãe e deixado aos cuidados do pai, que, por sua vez, nunca gostou do filho e o destratava a todo instante, não dando a devida atenção e também castigando-o. Ele é uma criança aparentemente muito feia, o que todos ressaltam com veemência, passando assim pelas piores situações na adolescência e juventude, principalmente na instituição em que foi largado pelo pai.

Não apenas agia como um monstro  embora nunca o fizesse de maneira tão crassa diante das autoridades que podiam expulsá-lo da instituição , como também se tornara um, fisicamente: já tinha bem mais de 1,80m de altura, e cada centímetro seu exalava uma brutalidade sombria. 
Passou a maior parte do tempo em Eton certificando-se de que seria lembrado como um monstro. Orgulhava-se de pessoas decentes terem-no apelidado de "o flagelo e a perdição dos Ballisters". (Livro: O Príncipe dos Canalhas, Pág.15)

Quando completou 25 anos, retornou para casa, pois o pai havia falecido. No entanto, se deparou com uma pedra em seu caminho. O pai já havia falido com a herança e o deixou às ruínas, e apesar de não ser provido de beleza externa (e também interna), era provido de inteligência, o que conseguiu reverter toda a conturbante e caótica situação financeira, tornando-se um homem rico, de respeito e temido por todos.

Agora, aos 33 anos, é um homem que sente repulsa por mulheres e as enxerga apenas como objeto sexual, achando que todas são fadadas a burrice e, principalmente, mulheres da vida, o que sempre o fez pagar exorbitantes quantias em dinheiro para ter prazeres sexuais e também para sua diversão com bebidas, ostentando sua excelente condição financeira e desdenhando todos que o acompanhava. Ao seu lado segue Sir. Bertram (ou Bertie), um admirador de pouca inteligência e influenciado pelos encantos da boa vida, pois é um homem de poucos atributos financeiros. E é neste momento que entra Jéssica, que é nada mais que a irmã de Bertie. Ela vai ao encontro do irmão, na tentativa de salvá-lo, pois ele está gastando o pouco que tem, colocando em jogo até mesmo o dinheiro que ela juntou com tanto esforço para conseguir montar sua loja.
Por um momento desconcertante, lorde Dain teve a impressão de que alguém havia acabado de enfiar sua cabeça na latrina. Seu coração começou a bater mais forte e sua pele ficou arrepiada, levemente suada, como ocorrera naquele dia inesquecível em Eton, 25 anos antes.
Ele disse a si mesmo que seu café da manhã não devia ter lhe feito bem. Talvez a manteiga estivesse rançosa.


Era impensável que aquela desprezível réplica feminina o tivesse afetado. Não havia a menor possibilidade de ele se sentir desconcertado por essa mulher de língua afiada que devia ser, como presumiu inicialmente, uma vagabunda desmazelada com quem Bertie estivera na noite anterior. (Livro: O Príncipe dos Canalhas, Pág.24)


Com seu jeito grosseiro e machista, Dain acredita que Jess é uma mulher da vida. Porém, instantes depois, é apresentado a ela pelo irmão, Bertie, aquele que ele sente repulsa e o segue sempre, gastando o que tem e o que não tem. O Belzebu Dain descobre que Jess foi ao encontro do irmão para salvá-lo, pois teme por ele, gastando todo seu dinheiro, devendo à todos e ficando ao léu, correndo até mesmo risco de vida. Ela tem uma língua afiadíssima, além de culta e muito inteligente, e já dispensou diversos pretendentes para um promissor casório, pois acha que nenhum está a sua altura. Contudo, logo de cara, se encanta por aquele que ela deveria estar sentindo repulsa, e de certa forma, se afastar. E o interesse vem de forma intensa por ambos os lados, colocando frente a frente duas pessoas geniosas, em situações hilárias e divertidas e preocupante. Desta forma, o jogo vira, deixando-os ainda mais ligados, fazendo com que se casem, seguindo os dias em uma luta diária entre a "Bela e a Fera".
 Ah, não faça isso  sussurrou ela.
Dain se aproximou, ainda falando aquela língua que parecia hipnotizá-la.


 Você não devia usar esse charme masculino  disse ela, com a voz sufocada. E tocou a manga da camisa dele.  O que eu fiz de tão imperdoável? 


Você me fez desejá-la, disse ele na língua de sua mãe. Você fez com que eu me sentisse solitário, apaixonado. Você me fez desejar o que eu jurei que nunca precisaria, que nuca procuraria. (Livro: O Príncipe dos Canalhas, Pág.92)



Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers.


Eu nem sei como falar sobre este livro, pois ele me levou muito além. Afinal, pelo tumulto que vi por todos os cantos, pensei que fosse me deparar com um enredo onde o sexual fosse a base da trama, o que de fato acontece. Porém, de uma forma sutil e linda. E falando em lindezas, em uma das orelhas do livro, há uma referência de um dos críticos dizendo que "A Bela e a Fera não poderiam ter sido mais bem representados".  E isso faz todo o sentido. S2

Eu me apaixonei por Dain & Jess, dois personagens de personalidades fortes, o que de fato foi o diferencial, pois estou acostumada a ler aquele protagonista masculino lindo e de personalidade dominadora, que sempre tem a mocinha linda e insossa ao lado. E, nesta trama, o protagonista é muito feio aos olhos de todos. Contudo, aos olhos de Jessica, é o homem mais charmoso e másculo do mundo.

Onde há desentendimentos há de se ter envolvimento.

Com um contexto mais que envolvente, onde tanto a narrativa quanto os diálogos me teletransportaram para dentro da trama, e por muitas vezes queria estar na pele da Jess, porque vou dizer, apesar do Belzebu chegar a ser assustador com seus pensamentos, linguajares e atitudes, ele é muito (mas muito mesmo) atraente. Sabe aquele ditado: "é dos canalhas que elas gostam mais". Pois bem, é mais ou menos isso. hahaha

A trama é muito bem amarrada, com cenas quentes e de encher os olhos e a libido, com uma um linguajar bonito de se enveredar. As discussões entre o casal são superdivertidas, com diálogos bem elaborados  e, em uma parte da história, acontece algo que dá uma nova perspectiva para a trama, principalmente para a vida de Dain, onde ele pode encontrar sua verdadeira redenção. O final é o que eu já esperava, e mesmo assim fiquei muito satisfeita. Vocês querem saber se eu gostei? NÃO! Eu AMEI! S2 ... E leria até mesmo a lista de compras da Loretta Chase. \o

O enredo é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão. No entanto, em alguns trechos, estão de forma mais rebuscada; a diagramação é simples e singela, com letras e espaçamentos na medida certa, adornados em papel pólen (o amarelinho); a revisão está impecável e a capa foi uma das coisas que mais me chamou atenção, pois é linda de viver, estampando Dain e Jess fazendo um de seus passeios. Por fim, para você que curte um enredo de época, divinamente escrito e superenvolvente, eis essa MAGNÍFICA pedida. P.S: Agora vou ficar aqui, em frangalhos, querendo ler todos os livros da Loretta. S2


Livro: O Príncipe dos Canalhas
Autora: Loretta Chase
Gênero: Ficção/Americana
Editora: Arqueiro
Ano: 2015 
Páginas: 288

28 de fev. de 2016

[Poesia] : Melodia dos Ventos — por Maria Catherine Rabello


Perco-me em escuros labirintos 
as flores que encontrei pelos caminhos 
eram pedras que roubaram os meus segredos 
e o meu sorriso! 

Deitada nos braços da solidão 
muito além de mim ... 
no silêncio que perpetua esta distância de ti 
palavras mudas nos versos desfeitos... 

Vejo o passar do tempo 
nada é como sonhei 
 implacável destino  
perguntas ficaram sem respostas 
nas andanças apenas sombras de mim! 

O vento entre as folhagens parece-se 
com notas de uma melodia assoviada 
eterna música dos anjos 
qual sussurros de uma paixão 
canções harmônicas 
espalhadas pelas ondas do mar... 

Os sonhos levados pela brisa suave... 
Leva-me também ó vento 
inebria-me com tua canção mais linda 
Devolve-me àquele a quem sempre amei
e que se foi... 

...deixando-me apenas 
lembranças desse amor 
que ultrapassa distâncias e 
na sua essência 
soltar a voz exprimindo 
nossos sentimentos! 

Por: Maria Catherine Rabello 

[Falando em]: Pequenos Escritos, Sinistras Histórias — Editora Illuminare

Eu ganhei essa coletânea de uma pessoa 'mais que especial', ou seja, um amigo querido e sem igual, chamado Rick Spitaleti. Afinal de contas, ele participa deste projeto com dois contos. \o/ P.S: Obrigada, Rick! S2

Bom, eu não sou tão fã de coletâneas de contos, pois não me sinto tão íntima dos personagens/enredo  e por sinal, minhas últimas experiências com coletâneas não foram tão agradáveis. Contudo, há de se ter esperança. Sendo assim, afirmo: desta vez, curti. \o Agora confiram a sinopse de "Pequenos Escritos, Sinistras Histórias", uma publicação de editora Illuminare.


Sinopse: Uma coletânea de contos sinistros, sobrenaturais, onde o suspense e o inacreditável andam de mãos dadas. Personagens com uma dose de sinistro em inesquecíveis histórias que não te deixarão dormir. Melhores contos e minicontos do I CONCURSO INTERNACIONAL DE CONTOS E MINICONTOS

"Porque o sinistro pode ser verdadeiro... ou não"






Eis uma coletânea que curti. \o Nela há diversos contos (e minicontos) em que sua temática é marcada pelo sinistro, alguns enveredados pelo sobrenatural, outros pelo mistério, e há também aqueles que são adornados por suspense e drama.

Os contos foram enquadrados perfeitamente no que foi proposto, o que pra mim foi um alívio, pois tempos atrás tive péssimas experiências com algumas coletâneas que li, fugindo até mesmo do propósito real. Este foi o grande diferencial de ter apreciado essa leitura, pois alguns contos achei bem envolventes e escritos  e, claro, me teletransportaram para dentro das páginas. Aliás, eu li o livro em poucas horas, pois ele é breve e de conteúdo fruível. E por tratar-se de contos, não tem como fazer uma resenha específica, pois cada conto é uma nova história. Agora deixarei três trechos dos contos que eu mais curti. \o Sendo um destes do meu amigo Rick Spitaleti.
Eu, parada no meio, curtia a plena sensação da liberdade dentro de cada nota que vinha do palco, da voz gritante que me mandava esquecer de tudo, me desprender. Os braços pendiam no alto da cabeça, soltos, sem um aparente fim, mas congelaram com o que meus olhos viram. "Ele" — pensei. "Com outra?".   indaguei em silêncio. Seus olhos se mantinham frente a frente, seus lábios pronunciando palavras inaudíveis e os corpos em perfeita sincronia, prontos para se atracar, ou pior. Os lábios se aproximaram à medida  que as minhas lágrimas desciam das glândulas lacrimais até os olhos, enchendo-os de ódio e dor. (Pequenos Escritos, Sinistras Histórias  por Aryane Teixeira)
 Ektor ainda não chegara a esse ponto, porém era um  número dentre tantos covardes que se escondiam em realidades adversas, onde eles "tinham controle" da situação, mesmo que por alguns momentos. E o mundo paralelo criado por ele, como uma válvula de escape para a realidade cruel, veio através do uso cada vez mais contínuo de drogas ilícitas. Quando estava entorpecido, seus problemas eram apagados momentaneamente de seu cérebro, qualquer coisa soava engraçado, era uma ilusão de felicidade suprema. Sentia um bem-estar e uma paz que dificilmente conseguia em sua vidinha miserável de trabalhador assalariado em um depósito onde fazia a separação de materiais recicláveis. (Pequenos Escritos, Sinistras Histórias  por Rick Spitaleti)
Por vezes nutri uma débil esperança de que isto fosse o purgatório, que em algum lugar neste vasto desterro encontraria a montanha espiralada onde são purificadas as almas de seus pecados em vida. Nestes momentos ansiava não tanto pelo arrependimento que levaria ao paraíso, mas sim por alguma forma de transição deste lugar. Porém, percebi que a expectativa não passava de uma ilusão, uma ferramenta para lidar com a nossa incapacidade de encarar a eternidade. Somos limitados em nossa natureza finita, mancos cognitivos impossibilitados de conceber o real sentido da atemporalidade. Constatação que tornou o meu desespero ainda mais presente, reduzindo minha indiferença. (Pequenos Escritos, Sinistras Histórias  por Rodrigo Wolffenbuttel)
Os contos são narrados em primeira e terceira pessoa, com narrativas e diálogos de fácil compreensão; sua diagramação é simples e está com fontes num bom tamanho, porém, achei os espaçamentos bem rentes as laterais, o que dificultou um pouco a leitura; gostei bastante da capa que estampa uma máquina de escrever, fazendo com que o leitor imagine-o como quiser... No meu caso imaginei os amigos-contadores-de-histórias em uma madrugada fria, enveredando-se nos textos que aqui estão, junto desta lindeza de máquina. Para você que curte este gênero terror/suspense, eis uma boa pedida. \o


Coletânea: Pequenos Escritos, Sinistras Histórias
Gênero: Contos/Minicontos
Editora: Illuminare
Ano: 2015
Páginas: 104

26 de fev. de 2016

[Tradução]: Johnny Rivers — A Whiter Shade Of Pale

Porque eu amo essa canção, então resolvi editar um vídeo com a sua tradução. S2 Confiram:

P.S: Vídeo editado por Simone Pesci

25 de fev. de 2016

[Quote]: Dezesseis, A Estrada da Morte

Porque esse GIF está tão Johnny e Ana Cláudia. S2


Johnny colocou-se em cima do meu corpo, foi quando notei o seu desejo incontido, pulsando de forma vigorosa dentro de sua calça, e com os lábios encostados aos meus, declamou um poema que eu amava, de Luís de Camões.

Amor é fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer; 
[mordiscou a ponta da minha orelha] 

É um não querer mais que bem querer; 
É solitário andar por entre a gente; 
É nunca contentar-se de contente; 
É cuidar que se ganha em se perder; 
[depositou um beijo no meu pescoço] 

É querer estar preso por vontade; 
É servir a quem vence, o vencedor; 
É ter com quem nos mata lealdade. 
[deu um rápido selinho nos meus lábios] 

Mas como causar pode seu favor 
Nos corações humanos amizade, 
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
[beijou-me com querer] 

(Soneto 11 – Luís de Camões) 


 Johnny...  sussurrei, demonstrando minha excitação.

Ele continuou me beijando com querer, percorrendo uma de suas mãos sobre o meu corpo. Instantes depois colocou sua mão por dentro da minha blusa.

 Ana, você é o meu fogo que arde sem se ver... É a minha ferida que dói e não se sente.  sussurrou tão ofegante quanto eu, segurando um de meus seios cobertos pelo sutiã. Senti uma chama sobrenatural percorrendo o meu corpo.


Inspirado na canção “Dezesseis” — da banda brasileira Legião Urbana — este é um enredo de amor recheado com muitas aventuras. 


**A VENDA EM FORMATO FÍSICO, CLICANDO AQUI.

[Texto]: É PRECISO IR EMBORA

"Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo."

Estava na festa de despedida de uma amiga, quando ouvi calada e com atenção seu dolorido discurso sobre o quanto ela se preocupava com a decisão de ir embora. Dizia se preocupar com a saudade antecipada da família, com a tristeza em deixar um amor pra trás e com a dor de se afastar dos amigos. Ela iria embora para Londres com tantas incertezas sobre cá e lá, que o intercambio mais parecia uma sentença ao exílio.

Dentre dicas e conselhos reconfortantes de outras amigas, lembro-me de interromper a discussão de forma mais fria e prática do que gostaria: “Quando você estiver dentro daquele avião, olhar pra baixo e ver todas estas dúvidas e desculpas do tamanho de formigas, voltamos a falar. E você vai entrar naquele avião, nem que eu mesma te coloque nele.” Ela engoliu seco e balançou a cabeça afirmativa.

Penso que na ocasião poderia ter adoçado o conselho. Mas fato é que a minha certeza era irredutível, tudo que ela precisava era perspectiva. Olhar a situação de outro ângulo, de cima, e ver seus dilemas e problemas como quem olha o mundo de um avião. Óbvio, eu não tirei essa experiência da cartola. Eu, como ela, já havia sido a garota atormentada pelas dúvidas de partir, deixando tudo pra trás rumo ao desconhecido.

Hoje sei que o medo nada mais era do que fruto da minha (nossa) obsessão em medir ações e ser assertiva. E foi só com o tempo e com as chances que me dei que descobri que não há nada mais libertador e esclarecedor do que o bom e velho tiro no escuro. Hoje a minha amiga não tem mais dúvida. Celebra a vida que ela criou pra ela mesma lá na terra da rainha, onde eu mesma descobri tanto sobre minha própria realeza. Ironicamente  e também assim como eu  ela aprendeu que é preciso (e vai querer) muitas vezes uma certa distancia do ninho. Aprendeu que nem todo amor arrebatador é amor pra vida inteira. Que os amigos, aqueles de verdade, podem até estar longe, mas nunca distantes. Hoje ela chama o antigo exílio de lar, e adora pegar um avião rumo ao desconhecido. Outras, como eu, e como ela, fizeram o mesmo. Todas entenderam que era preciso ir embora.

É preciso ir embora.

Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador  ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo  novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.

É preciso ir embora.

Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora  apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.

Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar  e se voltar  vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.

As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são  do tamanho de formigas.

Por: antonianodiva.com.br 
Via: Obvious

Falando sobre o remake de "Dirty Dancing"...

Eu não aprovo o remake de 'quase nada'. E se tratando do filme "Dirty Dancing" menos ainda. Mas PQP, depois de ver esse dançarino no clip da P!Nk! eu fiquei de queixo caído. Afinal de contas, ele foi o escolhido para interpretar Johnny, antes protagonizado pelo maravilhoso (e saudoso) Patrick Swayze. Seu nome é Colt Prattes, ele é um dançarino profissional, porém não tem experiência alguma atuando como ator. Mesmo não aprovando esse remake, agora fiquei mega curiosa. \o


Via: Adoro Cinema

[Falando em]: A garota que você deixou para trás — de Jojo Moyes

Eu ganhei essa maravilha de presente de aniversário da minha amiga, a Juny Moura, e só tenho a agradecer. P.S: Obrigada, Juju! S2

Aliás, foi desta mesma amiga que ganhei o primeiro enredo que li da Jojo Moyes, conhecido mundialmente e que EM BREVE estará em cartaz nas telonas, ou seja, "Como eu era antes de você" (para conferir a resenha clique AQUI). Eu pouco falei na resenha de "Como eu era antes de você", pois na época em que dei o meu parecer, até então resenhava de forma corriqueira, o que de fato não faço hoje em dia. Portanto, confiram a resenha deste 'mais que magnífico' enredo, uma publicação da editora Intrínseca.


Sinopse: Na França, em 1916, Sophie Lefèvre precisa manter a família em segurança enquanto seu adorado marido, Édouard, luta no front na primeira Guerra. Quando ela é obrigada a colaborar com os oficiais alemães, sua casa se torna foco de terríveis conflitos. E, no momento em que o comandante da ocupação descobre um retrato de Sophie pintado por Édouard, tem início um complicado jogo de interesses, que vai levar a jovem a tomar uma decisão arriscada.
Nos anos 2000, em Londres, o retrato de Sophie ocupa a parede na casa de Liv Halston: um presente dado por seu marido pouco antes que ele morresse. Um encontro inesperado revela o verdadeiro valor daquela pintura e sua tumultuada trajetória. Uma história que está prestes a vir à tona e vai virar a vida de Liv de cabeça para baixo.
Em A garota que você deixou para trás, duas jovens separadas por quase um século estão juntas em sua determinação de lutar por aquilo que amam  custe o que custar.



"Porque a mais bela pintura é aquela que carregamos dentro do coração"







Intenso!
Dilacerante!
Espetacular!

St Péronne, Outubro de 1916 
Sophie Lefèvre está em meio a primeira guerra mundial. Sua família é dona de um dos restaurantes mais conhecidos da cidade, o Le Coq Rouge  e, obrigatoriamente, ela e sua irmã, Hélène, são submetidas a servir os seus horrendos oponentes alemães com seus dotes culinários. Ela tem um irmão mais novo e mais duas sobrinhas e seu marido, Édouard Lefèvre, um artista conhecido por seus quadros e sua facilidade em lidar com o público é capturado pelos alemães, ficando a mercê das piores atrocidades que um ser humano pode ser acometido.
Essa era a história de nossas vidas: insurreições menores, vitórias miúdas, uma breve chance de ridicularizar nossos opressores, barquinhos de esperança em um mar de incertezas, privação e medo. (Livro: A garota que você deixou para trás, Pág.19)
Édouard pintou um lindo retrato de Sophie, conhecido como A garota que você deixou para trás.  O quadro fica pendurado na parede do restaurante e Sophie se nega a tirá-lo de lá, pois dessa forma se sente mais próxima do marido. Porém, no meio dessa guerrilha, Friederich Hen  mais conhecido como Kommandant  e que, por sinal, é o comandante dessa ocupação, fica defronte com o quadro, apaixonando-se tanto pela pintura quanto pela dona da pintura. Com o tempo, Sophie e o Commandant começam a sentir empatia um pelo o outro. Aliás, ele tem um gosto apurado para arte e, por fim, acaba tratando a ela e aos seus com certos privilégios. 

A empatia entre ambos é notada por alguns, inclusive por sua irmã, Hélène, e também por alguns moradores, que já não a enxergam com os mesmos olhos. Em meio ao desespero para ter seu marido de volta, ela implora ao Kommandant uma troca, ou seja, o quadro que ele tanto admira pela vida do marido que está como prisioneiro em outra região. Eles se encontram em um lugar privado, onde o inevitável acontece. Apesar de estar apaixonado por Sophie, ele comete uma loucura, tendo-a em seus braços forçadamente, fazendo com que ela volte para casa com o quadro debaixo dos braços e dilacerada, sendo julgada por todos (especialmente por seu sobrinho), como uma mulher da vida e traidora. Ela é levada pelos alemães. 

Londres, 2006
Liv Halston é uma jovem viúva, pois perdera o marido, um famoso arquiteto, tempos atrás. Ela ainda mora naquela belíssima, ostentosa e aconchegante 'casa de vidro', que foi construída por David, o seu ex marido. Anos antes, em uma situação triste e inusitada, ela ganhou de presente de casamento de David um quadro que muito ama. Esse quadro se chama A garota que você deixou para trás, e toda vez que se vê de frente com ele, se lembra com carinho daquele que tanto amou. No entanto, Liv não contava com uma peripécia do destino, os familiares do artista que fez o quadro, ou seja, a família Lefèvre, entrou com uma ação na justiça para ter o quadro de volta, pois soube que o mesmo quadro leva consigo um grande valor de venda.

Por uma rasteira do destino, Liv conhece e se envolve com Paul MacCafferty, apaixonando-se perdidamente e sendo correspondida da mesma forma. No entanto, acaba descobrindo que ele é nada mais que um agente da TARP, um programa de restituição de propriedade, onde localizam obras desaparecidas e restituem obras aos donos/familiares originais. Paul se envolve com ela antes mesmo de saber que era ela a dona do quadro que ele está procurando. E mesmo estando apaixonado, segue com o seu ofício, denunciando quem está com o quadro e seguindo judicialmente ao lado da família Lefèvre.
Ela não quer se ver em pé na frente de A garota que você deixou para trás, recordando o dia em que eles compraram o quadro juntos, vendo na expressão daquela mulher a plenitude que ela sentia. Não quer se ver catando as fotografias em que está com David, cansada de saber que nunca mais vai amar alguém assim, e que embora seja capaz de lembrar exatamente o seu jeito de franzir os olhos, ou de segurar uma caneca, já não é capaz de trazer à mente esses três elementos combinados. (Livro: A garota que você deixou para trás, Pág.157)
A vida de Liv que até então estava insossa, passa a ser palco de discórdias, com todos apontando o dedo em sua cara, achando que o quadro que lhe pertence, ao invés de comprado, fora roubado. Ela se revolta com Paul, afastando-se. Porém, a paixão perdura com intensidade no peito de ambos, deixado-os numa imprevisão certeira, fazendo com que ora sintam empatia e ora ela se revolte ainda mais, pois não se conforma com a situação em que se encontra, desconfiando até mesmo da aproximação de Paul.
Esses são os sinais ostensivos da desaprovação. Há resultados menos visíveis da ação penal em andamento. Os vizinhos já não a cumprimentam com leveza, mas com um aceno de cabeça e olham para o chão quando ela passa. Não foi convidada para mais nada desde que o caso saiu nos jornais. Nem para jantar, nem para um vernissage só para convidados, nem para os eventos ligados a arquitetura aos quais ela sempre era convidada, embora em geral não os aceitassem. A princípio, achou que fosse apenas coincidência. Agora começa a ficar intrigada. (Livro: A garota que deixou para trás, Pág.287)
Agora cesso os meus comentários quanto a trama para não soltar spoilers.

Falar deste livro chega a ser algo surreal, pois os textos de Jojo Moyes passaram a ser os que mais amo  e eu nem precisei ler muito dela, pois apenas com "Como eu era antes de você", ela me ganhou por inteiro. Afinal de contas, além de escrever de forma magistral, a autora consegue levar coração em cada vogal ou consoante escrita.

Eu iniciei a leitura esperando o pior e SIM, o pior acontece, porém de forma bem diferente do que foi enveredado na outra leitura. Em "A garota que você deixou para trás" é apresentado uma trama dividida em duas partes, ou seja, em duas épocas, onde os protagonistas sofrem da mesma forma, porém em situações diferentes. Antes, Sophie fora julgada e condenada por colaborar com seus opressores; quase um século depois, Liv é julgada e tem dedos apontados em sua cara por duvidarem do seu caráter, pois todos pensam que ela é uma ladra e que quer ganhar em cima de uma obra de arte.

A forma como foi descrito o envolvimento de Sophie e Liv para/com a pintura levou-me ainda mais para dentro do enredo, querendo ajudá-las de alguma forma. Uma sonhava em reencontrar com o seu amor, e por isso, decidiu fazer um acordo que não foi cumprido. A outra se nega a entregar aquele presente que ganhou num momento único e inesquecível, e que a faz lembrar daquele que tanto amou e que hoje não está mais por perto. Sendo assim, Liv passa a conhecer toda a história de Sophie e se compadece ainda mais, ficando mais íntima daquele quadro que tanto ama. Ela não quer se desfazer do presente e de todo sentimento que nele foi entregue.

Eu me senti absurdamente apaixonada por este enredo, tamanha carga dramática e questionamentos que a trama nos apresenta, fazendo de todos  até mesmo os antagonistas  peças-chave para compor essa espetacular história. O final é surpreendente e lindo, uma entrega de sentimentos sem igual, onde me fez ter a certeza de que tudo vale a pena quando a alma não é pequena... E que o último fio de esperança às vezes é essencial. Eu sou incondicionalmente fã dos textos da Jojo e leria até mesmo a sua lista de compras. \o

A primeira parte do enredo (em 1916), é narrada em primeira pessoa por Sophie; e a segunda parte (em 2006), é narrada em terceira pessoa por Liv, com uma escrita impecável, em alguns pontos de forma rebuscada e um pouco formal e de se encher os olhos e o coração; a diagramação é simples e singela, com espaçamentos e fontes na medida certa e a capa é divina, fazendo jus com o que a trama apresenta, estampando  a meu ver  uma Sophie em um de seus momentos, quando está lendo uma carta deixada pelo marido. Por fim, para você que é apreciador de um belíssimo enredo com conteúdo, eis uma excelente pedida. S2



Livro: A garota que você deixou para trás
Autora: Jojo Moyes
Gênero: Romance inglês
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Páginas: 382

22 de fev. de 2016

Sobre a seleção em PDF para novos parceiros...

EM BREVE entrarei em contato. Estou apenas fazendo os últimos ajustes com a minha diagramadora no arquivo. Interessados, por favor, enviar um email para: 
simoniass@hotmail.com

19 de fev. de 2016

[Quote]: Como eu era antes de você, de Jojo Moyes

"Ser atirada para dentro de uma vida totalmente diferente  ou, pelo menos,
jogada com tanta força na vida de outra pessoa a ponto de parecer bater com 
a cara na janela dela  obriga a repensar sua ideia a respeito de quem você é. 
Ou sobre como os outros o veem." (sobre compartilhar, por Louisa Clark)


[Facebook]: Explicando

Eu encontrei essa página no facebook e no mesmo instante pensei:  Eu preciso divulgar! Afinal de contas, achei de muito bom gosto, além de divertida. Trata-se de uma página com explicações descontraídas, enveredada com um humor sarcástico (e spoilers) de séries, filmes, personagens e tantos outros. Portanto, deixarei abaixo apenas 6 imagens e também o link para ir direto pra página.

(clique em cima das imagens para maior resolução)
 

 

 

**Para acompanhar a página no facebook, clique AQUI.

18 de fev. de 2016

[Artigo]: Cuidado. Escrever um livro é perigoso.

Escrever um livro vai testar sua sanidade.

Considere no que você está se metendo. Um período de dois a três anos, sem validação externa ou incentivo, sem salário, sem rotina, exceto pela que você impõe a si mesmo. Apoio de amigos e familiares? Talvez. Recompensas futuras? Nenhuma certeza sobre isso. E nós nem começamos a falar sobre o trabalho em si.

Será que seu namorado/namorada vai entender? O melhor conselho para o(a) companheiro(a) de um escritor(a) (ou a qualquer pessoa com aspirações artísticas) é servir uma bebida forte, sentar e considerar se, em seu coração, ele(a) está pronto para embarcar nessa nave e, possivelmente, explodir com ela.
Acredite quando eu digo que ninguém consegue escrever um livro sem imergir profundamente na história. Você precisa fazer isso, ou é impossível continuar. 
Pense na loucura dessa aventura. Você, escritor, está tendo conversas, dia e noite, com personagens inventados. Essas pessoas com quem você passa incontáveis horas, e que têm uma importância imensa na sua vida, não existem concretamente. Você é como Walter Piâdgeon, no filme “Forbidden Planet”, lutando contra monstros na sua mente. Você entrou em um reino cuja profundidade e dimensões são conhecidas apenas por você. Você pode tentar explicar esse universo de ficção para seu cônjuge, mas aquele olhar vazio e apavorado que você vai receber é mais real do que sua história. […]

Uma das coisas mais estranhas do mundo é se olhar no espelho (realmente se olhar) quando você está escrevendo um livro. Você não se reconhece. Você está lidando com a musa agora. Você está no território dela. É ela quem manda em você.

É excitante. É o melhor tipo de excitação. Mas também pode ser extremamente assustador. Você cedeu sua autonomia psíquica para forças de uma dimensão diferente da realidade. […] Por que muitos escritores se tornam bêbados ou viciados?

Por que muitos deles se suicidam? Porque estamos brincando com dinamite quando digitamos “CAPÍTULO UM”.

Artigo via: Ficção em Tópicos

[Falando em]: Um Amor de Aluguel — de Roberta Del Carlo

É com imensa alegria que trago a resenha deste enredo. Afinal, trata-se da obra de estreia da minha moréca, a autora Roberta Del Carlo. Aliás, a Ro foi uma amiga que desde o meu primeiro livro, apoiou-me  e por este motivo, a satisfação foi única em poder me enveredar em um de seus textos. E no mesmo dia em que o livro foi entregue pelo correio, iniciei a leitura, me perdendo em suas páginas. Portanto, confira agora a sinopse e resenha de "Um Amor de Aluguel", uma publicação da editora Percurso.


Sinopse: E quando a vida perde aquele brilho? Uma nova paixão pode consertar os sonhos que o destino roubou? Vilma era uma mulher simples e de algumas batalhas conquistadas, vivia um casamento calmo e sem mais sonhos. No fundo, sentia que estava perto do fim, onde só esperava ter coragem para decidir o que fazer. Com a única filha, agora casada e grávida, ela começa se questionar o que ainda poderia acontecer na sua existência, onde estariam os sonhos deixados para trás. E, em uma noite, a sua vida simples muda completamente, quando se vê envolvida com um jovem rapaz que vive em um submundo, algo que Vilma jamais pensou que viveria. E você, pagaria para ter esse amor? Miguel era um Anjo ou uma Perdição? O jogo começou... Intenso e perigoso! Revelando fatos ocultos do passado e surpresas maldosas das pessoas a quem mais confiava.


"Porque o amor tem as suas armadilhas"





O enredo foi inspirado numa linda canção que eu desconhecia e que assim como a trama, me apaixonei. S2 Estou falando da música "Garoto de Aluguel", do compositor/cantor Zé Ramalho.

Instigante!
Intenso!
Apaixonante!

Eu poderia adjetivá-lo de tantas outras formas, mas deixo apenas essas três palavrinhas. Trata-se de um romance hot com uma pitada de mistério, traições, reviravoltas e descobertas.

Vilma é uma mulher de 48 anos, empresária e independente, casada há anos com Alberto, que é 8 anos mais velho que ela. Deste casamento nasceu Mariana, agora com 23 anos, casada e prestes a presenteá-los com o primeiro neto. Eles também tiveram um outro filho, que falecera quando tinha apenas 6 anos, o que ocasionou um notório distanciamento entre ambos, fazendo do casamento um martírio, especialmente para Vilma, que a todo instante agrada o marido e espera que ele a trate com reciprocidade e carinho, o que não acontece, deixando-a mais insatisfeita com seu insosso relacionamento. Aos olhos das amigas e de todo o resto eles desfrutam de um casamento feliz e perfeito. Contudo, neste matrimônio, não há nada mais que aparências e interesses.
Vilma queria apenas ser notada, receber um elogio, algo que fizesse seu coração se sentir mais aquecido. Estava farta de só trocar carinhos em datas, ela desejava mais, precisava ser amada. (Livro: Um Amor de Aluguel, Pág.13)
E mesmo a contragosto, pois Vilma tenta a todo custo salvar o seu casamento, ela resolve curtir a despedida de solteira de uma das amigas que está prestes a se casar pela terceira vez. Ao lado das amigas, ela passa uma noite de sábado agradável em um barzinho, conversando, bebericando e distraindo-se. No entanto, quando está prestes a ir embora, Lorena  que é uma de suas amigas mais chegada  pede uma carona até uma boate e a convence de adentrar o recinto, o que Vilma não hesita e parte nessa pequena peripécia. Sua amiga está se envolvendo com um rapaz bem mais novo, que é um garoto de programa.
 Não quis nada com o garotão?
 Ele é muito jovem e eu sou casada  respondeu Vilma, tentando sorrir e quase pronta para partir, mostrando a mão esquerda com a aliança.
 Mas isso não é problema para ele, não  declarou a moça.  Aquele garoto, aquela turma ali, não tem problemas com isso.
 Como assim?
 Ora, se você quiser, é só pagar. Aquele rapaz é um garoto de aluguel... Aliás, todos ali da roda são... É só fazer o preço e levar. (Livro: Um Amor de Aluguel, Pág.19) 

Vilma não desconfiava que aquela agradável boate que tocava músicas da sua época era um lugar que oferecia aos clientes esse tipo de serviço. Sua amiga a deixou na mão, se aventurando com um dos garotos de programa, foi quando ela se deparou com Miguel, um lindo, atraente e sedutor rapaz de 23 anos, que a fez perder as estribeiras, fazendo com que ela se arriscasse em algo que sequer um dia imaginou, pagando por uma aventura sexual.

Miguel é um rapaz que teve um passado difícil, o que o direcionou para essa vida. Ele sempre tratou seus clientes com certo distanciamento, apenas oferecendo prazer. Contudo, pela primeira vez, enxerga em Vilma tudo o que sempre quis em uma mulher. E inevitavelmente, neste primeiro contato, nasce um sentimento que deixa ambos desordenados, fazendo com que se encontrem por outras vezes às escondidas. Alberto, o marido, confessa que já tem um relacionamento com outra mulher há anos. Assim, revoltada pela traição do marido e nutrindo um sentimento sem igual por Miguel, ambos se envolvem.
 Eu gostei muito de estar com você  disse ele, assim que conseguiu se afastar, mesmo que sua mão ainda estivesse na cintura dela e a outra, no rosto de Vilma, que também o abraçava e, agora tocava sua face. Miguel continuou a dizer:  Você merece muito mais. Não deixe mais que te magoem, e se um dia, sei lá... Precisar de mim, procure-me, quem sabe... Mas deixe esse tempo passar. (Livro: Um Amor de Aluguel, Pág.89)
Ele é um rapaz que tem como meta concluir a faculdade e sair desta vida. E apesar da forte e verdadeira ligação com Vilma, decide se afastar. Afinal, além de garoto de programa, ele também participa de algumas coisas que podem colocar a vida de todos em risco, inclusive a vida de Vilma e sua família, e principalmente a sua própria vida. Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers.

Eu me deparei com um enredo entorpecente, que me envolveu do início ao fim, deixando-me inquieta para saber como seria o desfecho final. Trata-se de uma história de conteúdo verossímil, daquelas que você alguma vez já viu ou até mesmo pode ter vivenciado algo parecido. A autora conduziu a trama de forma deliciosa, com uma escrita fruível e envolvente e cenas super sensuais, narradas de forma bonita de se ler, e até mesmo os antagonistas têm uma participação especial no enredo, alguns deles  diga-se de passagem  bem importantes. E para aqueles que acham que o enredo é apenas 'o mais do mesmo', não se engane, pois ficará de frente com uma trama bem amarrada e sem pontas soltas, que ora me fez clamar por um milagre na vida dos protagonistas e ora fez com que eu me deliciasse numa linda história de amor. Se eu gostei? Não! Eu AMEI! E digo mais, eu leria até mesmo a lista de compras da Roberta. \o S2

O enredo é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; sua diagramação leva em cada início de capítulo a mesma imagem da capa ao fundo, com espaçamentos , porém a fonte está muito pequena, algo que dificultou um pouco a leitura; as páginas são em papel pólen, ou seja, em páginas amarelas; sua capa estampa parte de uma Vilma no momento que está defronte com aquele que descompassou o seu coração. Por fim, para você que gosta de um enredo envolvente, sensual e surpreendente, eis uma excelente pedida. \o


Livro: Um Amor de Aluguel
Autora: Roberta Del Carlo
Gênero: Romance
Editora: Percurso
Ano: 2015
Páginas: 192